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Ainda Aqui

Meditando através de memórias e me perdendo no nevoeiro cinza. Com todo os meus sentidos entorpecidos, sinto que você está escorregando.  Luto para manter a calma e a pego-me a garantia de mais um dia, mas a s lembranças se transformam com o tempo e  levam embora tudo o que eu gostaria de poder dizer.  Sua companhia me faz falta,  sua voz hoje são apenas ecos,  como um fantasma, mas  ainda permanece em meu coração. Eu me  prometo que nem o tempo vai nos apagar,me smo sabendo que é uma promessa em vão, p ois sei que estávamos perdidas desde o início.  Nada impede a borracha do tempo. E eu sonho que você ainda está aqui, m esmo que já esteja muito fora do alcance.  Eu sonho que você ainda está aqui e isso  me quebra tão facilmente.  Eu tento nos proteger,  não posso deixá-la desaparecer. Mas e u já sinto você escorregar entre os meus dedos.  Eu senti você indo embora. Todas as noite  eu sonho que você ainda está aqui, v ejo você do meu lado  de forma perfeitamente clara.  Quando

Forasteiros

Eles acenderam os incêndios sob nossos pés, nos caçaram pelas matas e colinas. Eles deixaram os lobos fora da coleira mas não se dignaram a concluir a matança. Nós colocamos nossas tendas à margem, marginais, banidos de nossa própria herança. Agora, com as costas ao relento e nossas cabeças pesadas, nos encostamos porque eles nos deram o combustível mas ainda não aprendemos a usar o fogo ao nosso favor. Temos cinzas nos nossos sapatos, suor e sangue secos. Temos uma atitude de pária. Nós não somos todos imunes e aos poucos estamos todos descobrindo que a verdade é viral. Nós nos tornamos os forasteiros mas a massa está tão agitada agora. Sim, podemos ser os forasteiros, mas a multidão está tão fora de si a tempos. Sem ossos, sem drama. Viveremos como queremos. Nós agora somos os forasteiros, sejamos então o forasteiro dos forasteiros. Não precisamos de boa reputação, mas de transgressão. Não precisamos de controle de comportamento. Não precisamos de boa reputação, mas de uma boa reb

Tempos

Estando eu, aqui,  sozinha outra vez com medo do barulho  o teu silêncio me refez. Tua distância me desola, a tua ausência não me apraz tanto medo, tanta angústia, tantas dúvidas, tanto faz... Que saudades das conversas, de estar ao seu lado, de te tocar, dos sorrisos, das brincadeiras das besteiras, de te ligar. São seis meses, quase nada num tempo de mais de 2 mil anos. Em 23 anos, para mim, é tudo. É como perder uma parte, como não ser mais humano. Karla Lima 7|7|18

Gomenasai*

Desculpe-me por tudo; Desculpe-me, eu sei que te decepcionei. Desculpe-me até o fim. Eu nunca precisei de um amigo como preciso agora. *Desculpe, em japonês Karla Lima 10|5|18

O Demônio do Desespero

Quantas voltas nós damos em torno de nós mesmo à guisa de preocuparnos com o que poderia acontecer. O famoso "e se" é que nos atormenta a existência. Desesperadamente nós procuramos fazer ligações e suposições e projeções de um futuro que, infelizmente, não conseguimos prever a longa prazo e nem em escala individual. Recentemente, lendo um maravilhoso livro de ficção científica eu me deparei exatamente com essa questão da previsão do futuro, não a nível de indíviduo mas a nivel social, e pensando bem acho que é bem possível fazermos o mesmo nós mesmos com a nossa atual realidade. Pesemos a "evolução" e o "retrocesso" do nosso sistema social nessa nossa balança cósmica, tudo o que vemos e vivenciamos atualmente é, meramente, um resultado de mudanças a longo prazo. A implantação de certos pensamentos e liberdades que antes eram totalmente restringidas e imorais, a liberação em rede nacional de imagens que no século passado muitas pessoas se ruborizariam

O Que Resta

Eu estaria mentindo se disse que nunca pensei sobre o quão doloroso é, ou deve ser, essa época específica do ano, para aqueles que perderam ou nunca tiveram uma mãe, quando todos estão se preparando para comemorar, quando cada comercial de TV fala sobre presentes e coisas que você deveria comprar para presentear a sua mãe. Convivendo com alguém que perdeu a própria mãe diariamente me fez pensar e ver o quão dolorosa e desesperadora é a saudade.  Agora eu não apenas sei mas eu também sinto. Só agora entendo. A dor da saudade é uma constante a cada dia, nunca passa, nunca melhora, só aprendemos a guardá-la melhor. Mas nesse mês, nesse período específico, nesse mundo de propagandas gritantes tudo o que eu vejo nos cartazes e nos comerciais chamativos é um grande lembrete do que, de quem, eu perdi. Tem quem me diga que quatro meses são tempo demais para se viver o luto mas, me conhecendo da forma como eu faço, sinto que acumularei cada luto pelo que passar para sentí-los a cada dia como

4:33

Eu sonhei com você esta noite, em três meses essa foi apenas a segunda vez. Você estava colocando a vida nos eixos, tentando voltar à normalidade depois do que havia sido um grande período de doença, dor e sofrimento. O corpo, ainda magro, se recuperava, os cabelos ralos, a voz fraca, mas o sorriso, como sempre, luminoso. O marejar dos seus olhos me dizia: 'Eu venci!'.